Sobre

Quem são as nozes

A equipe do Metodologicamente é formada de quatro pessoas. Eu me chamo Homero Chiaraba. Sou formado em Direito, mestre em Direito e tenho especialização em Direito Tributário e Democracia Participativa, República e Movimentos Sociais e atualmente faço doutorado em Direito. Sou o coordenador científico do blog. Cuidando do marketing virtual temos João Sampaio, estudante de Direito. Cuidando da administração do blog e na organização dos nossos cursos estão Milena Reis e Carolina Costa. Todos nós somos egressos/estudantes da Universidade Federal da Bahia, instituição pela qual nutrimos imenso carinho e gratidão.

Um pouco sobre o que nos trouxe ao Metodologicamente

A ideia de fazer um blog me acompanha desde, pelo menos, 2009, quando ingressei no curso de Direito da UFBA. Naquele ano cursei o componente de metodologia da pesquisa ofertada por um professor que admiro muito e que desde então tornou-se um referencial científico, profissional e pessoal – alguém que me ensinou que vale a pena se dedicar à vocação científica, mesmo que todo o contexto indique o contrário. Foi então que decidi que construiria minha caminhada acadêmica buscando a especialização no campo da metodologia da pesquisa e sua interlocução com a área do direito. Nesse período surge minha primeira tentativa de montar um blog, que eu batizei de Ivsdicere – que nesse momento não era ligado à metodologia, mas apenas um blog de opinião (aliás, é incrível como quando a gente é estudante de direito é cheio de opinião, mas à medida que o tempo vai passando, a última coisa que queremos é ter razão). A primeira versão dele foi feita em Blogspot, mas depois migrei para WordPress. Foi uma tentativa bem efêmera. Quem tiver curiosidade de ver pode clicar aqui.

A segunda tentativa de criação de um blog surgiu em 2016, quando comecei a atuar como professor substituto de Trabalho de Conclusão de Curso na Universidade Federal da Bahia. Fiquei dois anos nessa atividade e foi muito bom – um período de grande crescimento e amadurecimento. Motivado pela atividade criei o blog Pesquisantes (pode ser acessado aqui) –  e desta vez a iniciativa teve alguma sobrevida. Com meu ingresso no doutorado em 2017, no entanto, não consegui manter a regularidade das publicações.

Estou atualmente no fim do ciclo do doutorado e vivo exclusivamente de uma bolsa da Capes (inclusive fiquei na dúvida se deveria creditar ou não esse blog como um produto do financiamento da bolsa, mas devo reconhecer que sem este financiamento dificilmente teria tempo para, além de escrever a tese, planejar esse blog que, diga-se de passagem, é fruto indireto também de um componente intitulado Teorias e Métodos em História e Filosofia das Ciências que cursei no semestre de 2019.1 (com o professor mais legal e a galera mais gente boa da UFBA) então vou creditá-lo e registrar o agradecimento público à Coordenação de Aperfeiçoamento de Nível Superior – CAPES pelo apoio). Antevendo o fim do meu vínculo para maio de 2020, para quando minha defesa está planejada, juntei algumas das agradáveis pessoas que a vida me presenteou com a oportunidade de conhecer nesses últimos três anos, na UFBA para lançar a nova, e espero derradeira, iniciativa.

Juntei algumas pessoas para me auxiliarem nesse empenho. Milena foi minha orientanda e escreveu um TCC muito legal sobre Thanos (falei assim mesmo, mal explicado, para você ficar curioso e quer lê-lo clicando aqui). Carol é um doce, dona de uma mente criativa e genial. João é um desses camaradas que encontramos pela vida e a empatia é instantânea. Além deles, algumas outras pessoas foram (ou serão) convidadas a participar do blog de variadas formas. Também planejamos algumas coisas bem interessantes para o futuro e espero que consigamos realizar porque, acredito, muitas pessoas irão gostar.

Metodologicamente: o que é, valores, missão, objetivos e público do blog.

Uma das missões de uma Faculdade é iniciar os estudantes no método científico. Observamos em nossa experiência, porém, que a cada semestre estudantes se graduam em Direito e em outras áreas do conhecimento sem uma noção precisa ou o mínimo de conhecimento prático sobre o método científico. 

O Projeto Metodologicamente é nossa proposta para tentar contribuir para a mudança neste cenário. Sabemos que sozinhos não podemos mudar a realidade. Temos a consciência, no entanto, que a mudança deste estado de coisas começa com a transformação da única parcela do universo que está sob nosso controle – nós mesmos e, consequentemente, nossas atitudes. Metodologicamente assim é uma atitude voltada a inspirar as pessoas  a buscarem pelo conhecimento, pelo método e por uma vida mais simples, pautada pela dúvida saudável e pelo ceticismo sistemático que, cultivados com sabedoria e sem extremismos, é – e tem sido pelos últimos 2500 anos – um caminho seguro para uma vida boa. 

Temos consciência que o número de pessoas atingida pelo nosso blog estará, por mais que nos esforcemos, aquém do que gostaríamos. Esperamos, contudo, que aquelas que consigamos alcançar compartilhem da nossa inspiração de que a ciência e o exercício do método, com ética e responsabilidade social, são ainda o melhor caminho para a transformação do mundo em um lugar melhor para todas as pessoas.

Reconhecemos também a importância da valorização do profissional docente no campo jurídico. Em contraponto à cultura do professorado como hobby ou como bico para complementar renda, assumimos a docência como profissão – e somos intransigentes neste ponto. Não acreditamos na prática, já denunciada por Sérgio Buarque em “As Raízes do Brasil”, daqueles que, sustentado por um séquito de estagiários, assistentes e assessores, ocupam dez cargos mas não exercem nenhum. Somos professores profissionais, e nos orgulhamos disso. Por isso pretendemos que o Metodologicamente seja também um ponto de encontro daqueles que pensam igual a nós.

O Metodologicamente é voltado, finalmente, para estudantes e professores de direito. É também dedicado a pesquisadores de outras áreas que têm no direito seu interesse de estudo. Não nos esquecemos porém daquelas pessoas que apenas são curiosas e desejam se informar sobre o que é produzido de conhecimento nas Faculdades de Direito – e como esse conhecimento pode deixar a nossa vida melhor.

Homero Chiaraba